Por Dr. Petrus Raulino
O que é Depressão Materna?
A depressão materna é o transtorno mental de maior prevalência durante a gestação e o puerpério.
A depressão materna contribui para prejuízos na interação com o bebê e aumenta o risco dos bebês para distúrbios cognitivos, emocionais e comportamentais.
A depressão após o parto
Um estudo publicado na revista Pediatrics conduzido por pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano (NICHD) demonstrou que 1 a cada 4 mulheres experimentou altos níveis de sintomas depressivos em algum momento nos três anos após o parto.
Para comparação, a prevalência de depressão ao longo da vida na população geral é de cerca de 20%.
Portanto, a prevalência de 25% de depressão nos três anos seguintes ao parto é elevada e chama a atenção.
Os pesquisadores também identificaram quatro trajetórias de sintomas depressivos pós-parto e os fatores que podem aumentar os riscos de uma mulher desenvolver sintomas graves.
As trajetórias dos sintomas depressivos foram identificadas como:
- Baixo-estável, caracterizada por sintomas brandos no período (74,7%);
- Baixo-crescente, caracterizado por sintomas inicialmente brandos, mas crescentes no período (8,2%);
- Médio-decrescente, caracterizado por sintomas inicialmente moderados, mas remitidos ao longo do tempo (12,6%);
- Alto-persistente, caracterizado por sintomas em níveis elevados e persistentes (4,5%).
Perfis mais sujeitos a desenvolver sintomas depressivos no puerpério
Mulheres com história de transtornos de humor no passado ou durante a gestação são sujeitas a desenvolver sintomas depressivos no puerpério.
Gravidez não planejada ou não desejada também são fatores que aumentam o estresse e podem causar o aparecimento dos sintomas.
Fatores físicos, emocionais e de estilo de vida também podem influenciar de alguma forma o surgimento de transtorno depressivo.
Evidências sugerem que muitas mães não procuram tratamento. Muitas mulheres esperam que os sintomas passem sem tratamento.
O tratamento adequado protege a mãe e o bebê contra o ônus da depressão. É importante buscar suporte especializado em saúde mental. O conhecimento qualificado faz diferença.
Referências
Putnick, D. L., Sundaram, R., Bell, E. M., Ghassabian, A., Goldstein, R. B., Robinson, S. L., … & Yeung, E. (2020). Trajectories of maternal postpartum depressive symptoms. Pediatrics, 146(5).
Dennis, C. L., & Chung?Lee, L. (2006). Postpartum depression help?seeking barriers and maternal treatment preferences: A qualitative systematic review. Birth, 33(4), 323-331.